São Nimatullah Kassab Al-Hardini

Nimatullah Kassab Al-Hardini - celebrado em 14 de dezembro

Origem
O Padre Nimatullah Kassab Al-Hardini nasceu em 1808 em Hardin, aldeia maronita das montanhas libanesas, a cerca de 1.000 metros de altitude, no distrito de Batrun ao norte do Líbano. Seu pai era Girgès (Jorge) Salhab Kassab, de Hardin; sua mãe, Mariam (Maria) era filha de José Rad, cura de Tanurin. Ambos eram oriundos de famílias profundamente cristãs e tão apegadas à sua religião quanto às suas tradições. Notemos que a família KASSAB é originária de Kléiat, aldeia maronita do distrito da Kesruan; só em 1769 o avô paterno de nosso Beato deixou Kléiat para se dirigir a Hardin e ali se instalar, visto que sua mulher era originária da região.


Quando do batismo, nosso Beato recebeu o nome de Yussef (José), o de seu avô. Foi o quarto filho da família, que era composta de cinco meninos e duas meninas. O mais velho, Assaf, o quarto Yacub (Tiago) e a mais jovem, Mariam, casaram-se, e seus descendentes ainda vivem. O segundo, Antonios (Antônio),era padre casado, pois na Igreja Maronita, como em todas as Igrejas Orientais, foi conservada, mesmo em nossos dias, a tradição segundo a qual os casados podem se tornar padres e continuar a ter vida conjugal, desde que seja garantido o ministério paroquial; mas uma vez diácono ou padre, não pode mais se casar. O terceiro filho, Elias, entrou, em 1816, para a Ordem Libanesa Maronita, e tomou o nome de Padre Eliseu; ordenado padre em 1823, foi autorizado, em 1829, a se tornar eremita; ficou no eremitério até o fim de sua vida, em 13 de fevereiro de 1875. A quinta filha, Msihiéh (Cristã), fez-se monja no mosteiro de São João Batista, em Hrache. Em resumo, de sete filhos, temos dois monges sacerdotes, uma monja, e um cura; por isso é que podemos dizer que esta família foi uma terra fértil de vocações.

Foi num ambiente de fé, piedade e honestidade que foi criado o pequeno Yussef, que, desde tenra idade, tinha uma inclinação para a devoção e assistir à Santa Missa; era muito discreto e fugia da companhia dos homens. Como não existia escola em Hardin, seu pai enviou-se à escola do mosteiro de Santo Antão de Hub, que se encontra perto de Tanurin, terra natal de sua mãe, a alguns quilômetros de Hardin.

Em Tanurin e na escola de Hub, como em Hardin, Yussef se mostrava calmo e piedoso. Nunca foi turbulento, nem deu trabalho para ninguém. Todo o mundo o amava, e ele, gostava de rezar. Quando levava as vacas para pastar, junto com seus colegas, pedia que olhassem as suas, por um pouco; ausentava-se, e ia a uma gruta onde tinha uma espécie de capela em pleno campo, dedicada a São João; ali ajoelhava-se e rezava.
 

Vocação Monástica
Desde sua infância, Yussef sentia-se chamado para a vida monástica. Assim, diversos fatores ajudaram-se a tomar consciência do chamado de Deus a que devia responder: o exemplo de seus pais e seus irmãos, que procuravam "viver no temor de Deus"; a vida dos monges no mosteiro de Santo Antão de Hub; o engajamento de seu irmão, padre Eliseu, no caminho da perfeição, aos dezessete anos; tudo isto teve muito impacto sobre ele, de modo que quanto mais o jovem Yussef crescia, mais a voz do Senhor tornava-se forte. Esta chamava-o a fugir do mundo. Foi por isso que, em 1828, com a idade de vinte anos, o chamado de Deus ficou tão forte, que deixou definitivamente a casa paterna para se dedicar à vida monástica. Foi recebido como noviço no mosteiro de Santo Antão de Qozhaya, no início de novembro do mesmo ano de 1828, e tomou o nome de "Irmão Nimatullah" (Graça de Deus). Terminando os dois anos de noviciado, recebeu o hábito monacal e fez a profissão solene, a 14 de novembro de 1830, consagrando-se total e definitivamente a Deus. Como foi julgado apto para fazer os estudos, e idôneo para o sacerdócio, foi enviado ao mosteiro de São Cipriano de Kfifan, no distrito de Batrun, onde se encontrava, na época, o Escolasticado da Ordem Libanesa Maronita. Dedicou-se aos estudos filosóficos e teológicos com a plena convicção de que estes o ajudariam a unir-se mais ao Senhor e cumprir melhor sua missão de padre e religioso. Sempre o primeiro entre os condiscípulos, preenchia à maravilha seus deveres de monge e estudante.

Ordenação Sacerdotal e Atividades
Terminando seus estudos eclesiásticos com grande sucesso, foi ordenado sacerdote no dia 25 de dezembro de 1835. Contrariamente a seu irmão, o padre Eliseu, o Padre Nimatullah não optou pela vida solitária; passou sua vida toda no mosteiro, levando a vida em comum e atendendo os cargos que a Ordem lhe confiava. Ensinou as crianças na escola de Bhorsaf e de Kfifan, nas proximidades dos mosteiros que se encontravam nestas duas aldeias. Depois, no mosteiro de Kfifan, foi diretor dos Escolásticos da Ordem e seu professor de Teologia moral. Antes de ser padre, trabalhava como alfaiate para a comunidade. Entretanto, também se dedicava à encadernação de livros; aprendera este tipo de trabalho no mosteiro de Qozhaya, quando ainda era noviço; ficou muito hábil, e continuou a fazer este tipo de trabalho manual até o fim de sua vida, mesmo quando ocupava altos cargos na Ordem. Nunca recusou atividades apostólicas e ministeriais; acompanhava o padre superior ou outros confrades nos funerais, sempre que era solicitado. Em suma, não conhecia o que era a ociosidade; sua vida cotidiana estava dividida entre a oração e o trabalho intelectual, manual ou religioso.

Terminando seus estudos eclesiásticos com grande sucesso, foi ordenado sacerdote no dia 25 de dezembro de 1835. Contrariamente a seu irmão, o padre Eliseu, o Padre Nimatullah não optou pela vida solitária; passou sua vida toda no mosteiro, levando a vida em comum e atendendo os cargos que a Ordem lhe confiava. Ensinou as crianças na escola de Bhorsaf e de Kfifan, nas proximidades dos mosteiros que se encontravam nestas duas aldeias. Depois, no mosteiro de Kfifan, foi diretor dos Escolásticos da Ordem e seu professor de Teologia moral. Antes de ser padre, trabalhava como alfaiate para a comunidade. Entretanto, também se dedicava à encadernação de livros; aprendera este tipo de trabalho no mosteiro de Qozhaya, quando ainda era noviço; ficou muito hábil, e continuou a fazer este tipo de trabalho manual até o fim de sua vida, mesmo quando ocupava altos cargos na Ordem. Nunca recusou atividades apostólicas e ministeriais; acompanhava o padre superior ou outros confrades nos funerais, sempre que era solicitado. Em suma, não conhecia o que era a ociosidade; sua vida cotidiana estava dividida entre a oração e o trabalho intelectual, manual ou religioso.

Morte
Foi eleito, em três ocasiões, pela Santa Sé, como assistente geral, o que o obrigou a residir no mosteiro de Nossa Senhora de Tâmish, que na época era a casa-matriz da Ordem. Comparecia regularmente ao mosteiro de São Cipriano de Kfifan, quer para fazer as encadernações que lhe eram confiadas, seja para ensinar Teologia moral aos Escolásticos. No mês de dezembro de 1858 encontrava-se neste convento, quando pegou a pleurisia, causada pelo vento norte, e cuja gravidade foi tal que os remédios prescritos pelos médicos não puderam esconjurar o mal. Na última das três crises que se sucederam, e no décimo dia de sua doença, morreu a 14 de dezembro de 1858, à idade de cinqiienta anos. Toda sua vida era só uma preparação para o encontro com o Senhor, no além. Por isso, a morte não o assustava. Não demonstrava nenhum temor; ao contrário, abandonava-se à Providência Divina. Antes de entregar sua alma, sentou-se e, com suspiros profundos, lançou-se sobre a imagem da Santíssima Virgem, que segurava entre as mãos, dizendo: "O Maria, a Vós confio minha alma".

Viveu como homem de oração, e morreu como homem de oração. Quando o patriarca maronita Paulo Masad soube da notícia, disse uma palavra que foi, depois, transmitida pela tradição: "Este Padre soube tirar proveito de sua vida religiosa". Foi enterrado no mosteiro da São Cipriano de Kfifan, e seu corpo ficou intacto.

Virtudes
O Padre Nimatullah Al-Hardini foi, sempre um homem de oração contínua: "moto perpétuo", "Ora et Labora". Demonstrou sempre uma devoção acentuada à Virgem Mãe de Deus. Todos os dias rezava o Santo Rosário. Quanto foi feliz quando o Papa Pio IX proclamou em 1854 o dogma da Imaculada Conceição!

Levou sempre uma vida monástica exemplar. Primou, constantemente, por uma obediência respeitosa, castidade sublimada, pobreza despojada, fé convicta, esperança alentadora e por caridade perfeita. Tinha uma submissão total à Divina Providência. O exemplo de vida tão santa fez escola entre os outros monges e mesmo leigos dos arredores, de modo que, tanto quando vivo, como quando morto, sua vida foi norma a seguir para tornar-se um verdadeiro monge, ou verdadeiro cristão. Foi até inventado o verbo "hardana", em árabe, para dizer que é uma coisa à maneira do Padre Al-Hardini. Assim, muitos de seus discípulos se sentiram inclinados a imitar o mestre, a palmilhar o mesmo caminho de santidade. Entre eles podemos destacar: São Charbel, "tal mestre, tal discípulo", canonizado no dia 9 do outubro de 1977; e também a Beata Ralqa, beatificada no dia 17 de novembro de 1985. Os dois servidores de Deus também foram membros da Ordem Libanesa Maronita, cada qual no respectivo mosteiro de homens e de mulheres.

Por fim, nosso Beato foi mesmo promotor do renascimento cultural da Ordem Libanesa Maronita; se bem que tenha sido monge asceta e austero, mostrou-se muito aberto à ciência e a todo gênero de cultura; o que só deu mais peso à vida de santidade que traçou para si. Se esta Ordem tem agora uma Universidade Católica no Líbano, Universidade do Espírito Santo em Kaslik, isto é, sem dúvida, graças ao renascimento cultural que Padre Nimatullah Al-Hardini iniciou.
 

Milagres e fatos prodigiosos
O Padre Nimatullah Kassab Al-Hardini foi um fiel servo de Deus. Durante a vida foi um verdadeiro discípulo do Cristo. É por isso que Deus fez por sua intercessão muitos milagres e concedeu graças especiais aos seus devotos, tanto em vida como após sua morte.

O primeiro milagre aconteceu no mosteiro de Santo Artêmio (Challita) de Qottarah. "Eu me lembrou, diz Tanus Al-Chidiaq, um fato importante que eu não esqueço mais. O irmão provedor disse um dia ao superior, o Padre Bernardo de Aitu: "Logo o senhor irá participar do Capítulo Geral e as provisões do mosteiro não são suficientes". O superior entra na dispensa, olha a caixa de trigo e verifica estar pela metade. Examina do mesmo modo as outras provisões e sai. Depois ele volta com o Padre Al-Hardini que ficou na porta, benzeu a água e aspergiu a dispensa e se retirou juntamente com o superior. Pouco tempo após, o irmão provedor grita de alegria e admiração, dizendo: "A caixa encheu-se de trigo até ao máximo que ela pode conter!" Toda a comunidade, tendo à sua frente o padre superior, chega para ver o que aconteceu. Constatam todos a veracidade daquilo que o irmão provedor disse e glorificaram a Deus. "Eu vi com os meus olhos nesse dia todos os monges do mosteiro cheios de admiração e de alegria, diante dos milagres que Deus operou em seu mosteiro, pela intercessão do Padre Al-Hardini". "F.sta testemunha ocular tinha onze anos de idade quando ocorreram estes fatos no mosteiro de Qottarah.

O Irmão Marun Al-Maifuqi conta também que um dia o Padre Nimatullah Al-Hardini passou no local onde acendia um fogo.
- Porque, Irmão Marun, perguntou-lhe, está acendendo este fogo?
- Para afastar, respondeu ele, as numerosas formigas que
carregam os grãos de trigo.
- Siga-me ao mosteiro, disse-lhe o Padre Al-Hardini. O Irmão Marun o seguiu.
O nosso Beato benzeu a água e lhe disse:
"Esborrife esta água benta sobre o trigo e sobre o formigueiro".
No dia seguinte, o Irmão Marun notou que as formigas
carregavam apenas o joio para dentro dos olheiros do formigueiro!
O monge espantado foi contar este fato maravilhoso ao Padre
Nimatullah Al-Hardini, que pediu-lhe para não divulgá-lo.

Um dia o pastor do rebanho de cabras do mosteiro de São Cipriano de Kfifan veio pedir ao Padre Al-Hardini que benzesse uma certa quantidade de água sem dizer-lhe o motivo. "A cabra está doente, perguntou o Padre?" De fato uma das cabras estava muito doente, quase morrendo. Logo que o pastor aspergiu com a água benta o animal doente, este se levantou e se pôs a pastar junto com os demais do rebanho.

Após a sua morte, os favores e os fatos prodigiosos que aconteceram pela intercessão de nosso Beato, foram numerosos e beneficiaram tanto cristãos que muçulmanos. Vamos citar alguns milagres que provocaram mais admiração e que são comentados até hoje.

Uma mulher estéril druza íseita de origem muçulmana), fez uma promessa: caso nascesse um filho seu, ela o levaria para visitar o túmulo do "Santo de Kfifan". Prometeu também batizá-la sem contudo revelar ao seu marido. Seu pedido foi atendido e um dia ela pôs-se à caminho de Kafifan para visitar o túmulo do Padre Al-Hardini. Durante a viajem estava preocupada, temendo informar seu marido sobre a promessa de batizar seu filho recém - nascido. Chegados ao ponte de Madfun, a mais ou menos três horas de caminho até ao convento de Kfifan, notou que seu filho não se mexia. Sacudiu-o várias vezes sem sucesso. O menino estava como um cadáver gelado. Com muito medo, nada disse ao seu marido, levando assim mesmo seu filho até ao túmulo do Padre Al-Hardini. Lá, ela o colocou ao lado do túmulo e retirou-se sozinha chorando. Estava apavorada temendo que seu marido a castigasse por causa do voto feito e que tivesse sido a causa da perda do único filho. Mas ela tinha também grande confiança no nosso Beato, o Padre Al-Hardini. Suas lágrimas eram de medo e de esperança. Mais uma vez seu pedido foi atendido. Seu filho gritou! Um monge do mosteiro saiu e chamou a mãe dizendo: "Senhora, venha pegar seu filho, ele está chorando!" "Como, retrucou ela, meu filho chora, se ele estava morto!" Ela correu e encontrou seu filho gritando, tomou em seus braços dizendo: "Meu filho estava morto perto da praia e agora ele ressuscitou". Fora de si de contentamento, pô.¿-se a aplaudir de tal modo que todo pessoal do mosteiro veio ver o que estava ocorrendo e se juntou a ela para dar graças a Deus. Seu marido e familiares que a acompanhavam e os monges souberam do voto que tinha feito. Seu marido aceitou o batismo da criança sem a menor dificuldade.

Mariam Seman Bu-Antun era de Deria, nas vizinhanças do mosteiro de Kfifan. Trabalhava no mosteiro como lavadeira. Conheceu o Padre Al-Hardini quando ela era ainda criança. Viu também seu corpo intacto quando abriram o túmulo. Quando ainda jovem teve uma doença nos olhos e perdeu logo a visão. Chorando o seu mal, lembrou-se que Deus tinha feito milagres pela intercessão do seu vizinho, o Padre Nimatullah A1-Hardini. Uma tarde, disse a seu pai: "Teria, ó meu pai, algum dinheiro?" Eram pobres igual à viúva do Evangelho, que tinha apenas um dracma para ofertar (Lc, 21,1-4). "Sim, respondeu o pai, tenho; o que quer você fazer?" "Quero, respondeu-lhe, oferecer ao Santo Al-Hardini, para que ele me cure os olhos". "De bom grado, respondeu o pai". Ela rezou e depois dormiu. No dia seguinte, ao acordar, estava enxercitando perfeitamente. "Meus olhos, conta ela, brilham como diamante; eis que se passaram 65 anos e eu nada sinto".

Um outro fato miraculoso aconteceu em favor de um cego, chamado Mussa Saliba Al-Rtéghrini seguidor do rito greco-ortodoxo. Este esteve um dia no mosteiro de Kfifan, levado por seu filho. Entrou na capela onde se encontrava o corpo de nosso Beato colocado dentro de um ataúde. Após ficar alguns instantes perto do ataúde, retirou-se já enxergando. Só deixou o mosteiro após ter a vista completamente restabelecida.

Sua excelência, o arcebispo maronita de São João d`Acre, Dom José (Joseph) Al-Khazen, conta-nos o seguinte: "Minha falecida mãe enxergava muito pouco de uma vista e muito bem da outra. Foi vítima de uma conjuntivite que a fez perder completamente a vista sã que ficou coberta de um véu branco. Sofria ao mesmo tempo de uma dor muito intensa. Foi cuidada em vão pelos médicos. Eu sentia pena de vê-la neste estado doloroso. Uma tarde, quando a dor era muito aguda, recorreu ao Servo de Deus, o Padre Nimatullah Al-Hardini, vista sua reputação de santidade e seus milagres. Pediu-lhe, cheia de fé, que curasse seus olhos. Retirou então do pescoço uma correntinha de ouro ou de prata, não me recordo mais, e dirigiu-se ao Santo nestes termos: "Se me curar, eu visitarei o seu túmulo e oferecerei-lhe esta correntinha como testemunha de meu reconhecimento". Após esta promessa, adormeceu. Em sonho, disse, vi um monge que tocando minha cabeça com as mãos, dizia-me: "Fique tranqiiila, minha filha, seu olho sarará e ficará perfeitamente são". De manhã ao levantar-se contou-nos com muita alegria que Al-Hardini apareceu-lhe e lhe anunciou que seria curada. Nós sentimos que estava convencida desta cura. Com efeito, após algum tempo ficou completamente curada, e seus olhos voltaram a ser como eram antes. Não demorou muito foi com meu irmão a Kfifan para cumprir sua promessa e agradecer ao Padre Al-Hardini por este grande favor.

Outros doentes pegavam um pouco de terra do túmulo e a misturavam com água que bebiam e se sentiam totalmente curados de seus males, tanto da febre palustre como outras doenças ou dores. Entretanto o maior milagre que podemos atribuir ao Padre Nimatullah Kassab Al-Hardini é o despertar da consciência entre seus confrades, os monges, e esta escola de santidade que fundou no seu Instituto. Certamente ele deu a visão para muitas pessoas que a tinham perdido; abriu os olhos de seus confrades e dos fiéis afim de que vejam bem o caminho que todo monge e todo cristão deve seguir para serem verdadeiros discípulos de Cristo. Sua própria vida, no dizer de muitas testemunhas contemporâneas, era um verdadeiro milagre. Graças ao Padre Al-Hardini muitos monges e cristãos ficaram mais próximos e unidos a Deus. Está fora de dúvida que este é o verdadeiro e grande milagre operado por Nosso Beato. É um grande milagre permanente, cujos efeitos não diminuem. Todos que o conheceram em vida afirmam dele: "Tanto em vida como depois da morte, ele é um santo"!
O último milagre se notabilizou pela cura de André Najem, libanês maronita, vitima de um câncer maligno no sangue. Existe um fato muito curioso.

Em suma, sua vida, enquanto monge piedoso e virtuoso, e a conservação de seu corpo, foram a causa de sua reputação de "santo". Em nossos dias, cerca de 140 anos depois de sua morte, os fiéis, ricos e pobres, notáveis e gente simples, acorrem ao seu túmulo para solicitar um favor ou pedir uma cura. Estas, de fato, foram numerosas.Em 16 de maio de 2004 ele foi canonizado e declarado santo pelo Papa João Paulo II.

Beatificação e Canonização
Sua Causa de Beatificação foi apresentada em 1926, ao mesmo tempo que as de São Charbel e da Beata Rafqa. No dia 8 de setembro de 1989, festa da Natividade da Nossa Senhora, o Papa João Paulo II reconheceu a heroicidade de suas virtudes; assim tornou-se "Venerável".

Novas diligências. Em 7 de julho de 1997, foi também promulgado o Decreto de Autenticidade do milagre que favoreceu o devoto André Najem. Simultaneamente ficou decidido que a cerimônia da solene Beatificação seria realizada em 10 de maio de 1998, em comemoração do Primeiro Aniversário da visita do Santo Padre ao Liamano efetuada no dia 10 de maio de 1997, visita histórica e inesquecível.

Sua Beatificação foi uma grande festa no Vaticano como no Líbano. Muitos libaneses vieram a Roma para participar deste evento; chegaram de 23 países e dos cinco continentes. O Brasil foi bem representado. Estavam presentes: o Patriarca Maronita, Sua Beatitude e Eminência Nasrallah Pedro Cardeal Sfeir, Patriarca de Antioquia e de todo o Oriente, e Sua Excelência o Presidente da República Libanesa, Senhor Elias Hrawi, e demais personalidades eclesiásticas e civis. Durante a Santa Missa, tive a honra, com outros Prelados Maronitas, de concelebrar com o Santo Padre.

Professor de São Charbel de Teologia e na Santidade; promotor do renascimento cultural na sua Ordem, o Padre Nimatullah Kassab Al-Hardini foi proclamado pelo Papa João Paulo II, no dia 10 de maio de 1998, Beato na Igreja de Cristo. Foi uma honra, não apenas para sua Ordem, mas sobretudo para o Líbano, para todo o Oriente Médio, e particularmente para Igreja Maronita. São Nimatullah Kassab Al-Hardini foicanonizado no dia 16 de maio de 2004, pelo Papa Joao Paulo II. Celebramos sua festa no dia 14 de dezembro.

Mensagem
A mensagem do Nosso Beato é a dum monge que foi sempre fiel à sua vocação, e dum cristão que procurou cada dia estar unido a Cristo. Entre suas palavras ou conselhos, escolhemos estas:
"O monge no seu mosteiro é como um rei em seu palácio: seu reino é sua Ordem; seu exército são seus confrades; sua glória está na sua virtude; sua coroa é o amor de Deus e de sua Ordem; seu cetro é constituído pela sua castidade e pureza; suas armas são sua pobreza, sua obediência e suas preces; seu manto de púrpura está na sua humildade e sua abnegação".
"Não é permitido ao monge agir ou viver segundo seu gosto, ou conforme seu próprio caráter ou seus próprios critérios, mas sua principal preocupação deve ser, dia e noite, não ferir ou entristecer seus confrades".
"O monge, no caminho de sua vida e no seu comportamento, deve estar atento para não escandalizar os outros".
"Não é justo insistir com rigidez para impedir o que poderia ser permitido, pois uma tão forte pressão provoca uma explosão".

Em suma, podemos dizer que todo homem realizado, e especialmente os Santos, adotam uma máxima ou lema que serve de âncora para seu viver. O do Padre Nimatullah Kassab Al-Hardini foi importante para cada batizado, e ao mesmo tempo muito simples e significativo: "O sábio é aquele que sabe muito bem como salvar a própria alma". Que Deus Nosso Senhor, por Sua imensa bondade e por intercessão do novo Beato libanês maronita Al-Hardini, nos conceda a suprema graça de salvarmos nossas almas, com o mesmo denodo e determinação. Que todos nós possamos um dia, juntos com os Santos, regozijarmo-nos na felicidade eterna da Pátria celeste.

Oração para São Nimatullah Al Hardini para Obter Graça

Ó Senhor que suscitastes no coração do Beato Nimatullah Al-Hardini o desejo de contemplar-Vos e o fizestes mestre disponível para transmitir Vossa verdade a seus discípulos - entre ao quais São Charbel - aos quais sempre seguiu de perto, dai-nos seguir seu exemplo de consagração a Vos e aos outros, e concedei-nos, por sua intercessão esta graça... que necessitamos, segundo a vontade de Vosso Pai e a graça do Espírito Santo! Amém.


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